PAES 1º ANO -SERMÃO DE SANTO ANTONIO AOS PEIXES
- Síntese do Sermão de Santo António aos Peixes (Padre António Vieira) (1º ano)
Vieira viveu na época Barroca; um tempo de descobertas, inovações e escravatura. Defendeu a raça indígena do esclavagismo enquanto tentava converter a mesma, no Brasil.
Quanto à estrutura, o sermão está dividido pelo exórdio (Capítulo I), exposição e confirmação (Capítulo II, III, IV e V) e peroração (Capítulo VI). O exórdio apresenta o assunto a partir do conceito predicável: “vós sois o sal da terra”; explica também a corrupção em que a terra se vê ardentemente envolvida, visto que o sal (pregadores) não salga ou a terra (homens/ouvintes) não se deixa salgar. Ainda no exórdio o padre apresenta-nos o exemplo de Santo António, em que o santo se refugiou dos homens e encontrou a paz ao pregar aos peixes; Vieira reencarnou esse mesmo paradigma. No segundo e terceiro capítulos, primeira parte da exposição e confirmação, Vieira tece louvores aos peixes. Em geral: são bons ouvintes e obedientes; são os primeiros animais da criação; são melhores do que os homens; são livres e puros, longe dos homens; e particularmente ao peixe de Tobias (curativo), à Rémora (guia), ao Torpedo (faz tremer) e ao Quatro Olhos (tem visão privilegiada graças aos seus dois pares de olhos). No quarto e quinto capítulos, segunda parte da exposição e confirmação, o padre, em contraposição, apresenta os defeitos dos peixes. Em geral: comem-se uns aos outros; os grandes comem os pequenos; alguns são cegos e vaidosos; e particularmente dá os exemplos dos roncadores (arrogantes e prepotentes), dos pegadores (emplastros e oportunistas), dos voadores (ambiciosos, presunçosos e vaidosos) e do polvo (hipócrita e traidor). No sexto e último capítulo, denominado peroração, António Vieira salientou a superioridade dos peixes em relação a ele próprio e a todos os restantes animais; exorta ainda os peixes a louvarem a Deus, seu criador. Numa atitude auto-crítica e de incentivo, padre António Vieira conclui o seu sermão de modo majestosamente humilde, “não acaba (…) em Graça e Glória”.
Findo o sermão, o ouvinte chora a nítida sensação da mensagem ser exclusivamente dirigida a si e não aos peixes, personificação dos homens, fecundando assim uma alegoria entre os homens e os peixes.
Ao longo do sermão, para quebrar a monotonia e dar expressividade, o autor recorre frequentemente a figuras de estilo, das quais enfatizamos a ironia e a metáfora. Passamos a citar, sem dois pontos, o exemplo mais célebre de ironia, “Já que me não querem ouvir os homens, ouçam-se os peixes”. Para contrastar, de momento, daremos um exemplo mais superficial de metáfora, usando agora dois pontos: “Ou é porque o sal não salga, e os Pregadores dizem uma coisa e fazem outra…”.
A atitude de António Vieira é impetuosamente oposta à ideia de “correr atrás do vento”; é uma atitude objectiva, corajosa e transformadora; equiparável, reticências, ao cotonete.
.Escrito por: Josué Rogério e Patrick Mateus (os mini-cotonetes)
EXERCÍCIOS RELACIONADOS AO SERMÃO DE SANTO ANTONIO AOS PEIXES
Essa atividade foi retirada do BLOG S.O.S PORTUGUÊS, do profª MARIA JOÃO.